Três macacos partilhavam uma árvore na floresta. O Macaco Banana recolhia sempre as bananas. O Macaco Milho apanhava o milho. O Macaco Coco apanhava cocos. O Macaco Banana fazia pão, pudim e batidos. Ele tentava todos os métodos que conseguia imaginar para tornar as suas refeições mais interessantes. Ele estava a ficar cansado de bananas. O Macaco Milho assava milho na espiga, fazia salada de milho e molho de milho. Ele passava o tempo a imaginar novas ementas mais atraentes. Ele estava muito cansado de comer a mesma coisa todos os dias. O Macaco Coco fazia biscoitos de coco, pão de coco e sorvete de coco. Não interessava o que ele fazia, ele só queria ter outra coisa para cozinhar.

Certo dia, o primo do Macaco Banana foi visitá-lo do outro lado do rio. O seu nome era Macaco Flor. Ele olhou para o montão de bananas, milho e cocos. O Macaco Flor disse, “Já tentaram combinar a vossa comida e juntar os ingredientes ou trocá-los para não comerem a mesma coisa todos os dias? Se só comerem um tipo de comida, como é que vão desenvolver o vosso paladar? Parece que, se trabalharem juntos, poderão partilhar os vossos dotes individuais e ter uma boa refeição todos os dias.”

O meu pai costumava contar esta história a mim e ao meu irmão quando éramos crianças. Ele tinha o dom de contar histórias. 1 Pedro 4:10, 11 (ARC) diz:

Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Ámen!

Por vezes, podemos pensar que não temos algo a dar a Deus em adoração. Não é preciso uma qualificação especializada e anos de experiência para ter um dom. Tudo o que é necessário é o desejo de adorar a Deus com um talento que ele já lhe tenha concedido.

A bondade é um dom que a maioria das pessoas já possui. Você tem um animal de estimação de quem gosta muito? Provavelmente dá-lhe comida todos os dias, leva-o a passear e escova o seu pelo. A bondade é uma forma de mostrar o quanto se importa com os outros. Mesmo até sendo só você mesmo, pode mostrar a outra pessoa que ela é importante e que você seria um bom amigo ou amiga.

Lemos em Gálatas 6:2 (ARC): “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.” Pode usar o seu dom da bondade para ajudar alguém a sentir-se melhor com relação a si próprio(a). Costuma ver alguém sozinho no refeitório ou no recreio? Não custa muito fazer com que a pessoa se sinta melhor. Pode dizer, “Oi” ou oferecer-se para fazer alguma brincadeira com a pessoa. Pode pedir a alguns de seus amigos para almoçarem com a pessoa que está sozinha. A maioria das pessoas deseja apenas sentir-se apreciada e aceita. Não ter muitos amigos ou não ter o dom de fazer amigos pode causar tristeza. Se você tem o dom da bondade, pode ajudar as pessoas ao seu redor.

A adoração não ocorre apenas na igreja. O seu comportamento pode ser um exemplo bom ou mau para os outros. Se for uma boa pessoa, pode influenciar os que se encontram ao seu redor ao ser apenas você mesmo(a). Talvez o seu dom seja a hospitalidade. Pode fazer com que as pessoas se sintam bem em sua casa ou num jogo de futebol ou numa festa. Atos 16:33, 34 fala sobre um carcereiro que levava as pessoas para sua casa e preparava-lhes uma refeição. O ato simples de hospitalidade proporcionava-lhe alegria. Você pode sentir alegria ao ajudar os outros. Depois de se tornar uma prática, irá surpreender-se da forma como os seus dons não apenas deixam os outros ao seu redor felizes, mas as suas bênçãos também aumentarão.

Deus fica feliz quando usamos os nossos dons para ajudar os outros. O seu dom pode ser administrar pessoas ou eventos. Pode ser capitão do seu time de basebol. Pode ser um exemplo importante para a sua classe sendo apenas um bom atleta ou líder. Não há problema se alguém não marcar pontos. Se o seu time perde ou ganha, lembre-se que é melhor não ser mau perdedor nem vencedor jactancioso. Se vencer, aperte a mão ou abrace os seus colegas e diga-lhes que fizeram um jogo ótimo. Se perder, cumprimente o outro time e diga que ficou feliz pela oportunidade de jogar com um grupo tão competente. O espírito esportivo pode ser o seu dom. Pense nos atletas que agradecem a Deus e que O servem ao serem jogadores dignos. Quando usa os dons com os quais foi abençoado(a) por Deus, está a adorá-lO. Pode não estar na igreja ou ter a Bíblia em suas mãos, mas ainda assim está a adorá-lO-

Os seus dons podem ser a criatividade ou artes. Bob Ross foi um pintor famoso que falava com uma voz gentil enquanto criava as suas obras de arte. Ross apresentou o programa televisivo educacional A Alegria da Pintura, de 1983 a 1994. Ele conseguia tomar uma tela e pintar um lindo por-do-sol, jardim ou outra criação para as pessoas desfrutarem. Penso que o seu dom real era o amor. Ele era muito famoso porque conseguia fazer até uma linha reta parecer interessante. Ele explicava o que estava a fazer com o seu pincel e fazia comentários divertidos enquanto criava uma bela obra de arte. A minha família ainda assiste ao seu programa. Gostamos de fazer comentários

enquanto ele cria a sua pintura. Os seus programas não são apenas para artistas. O seu trabalho está ligado ao sentido de comunidade, narrativa de histórias e ajudar as pessoas a sentirem que podem realizar algo. Lemos em Filipenses 2:3 (ARC), “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.” Bob Ross foi sempre gentil e nunca se vangloriou. Ele zombava de si próprio. Ele faleceu em 1995. Os seus programas continuam a ser populares e muitas escolas de arte ao redor do país optam pelo seu estilo. Se você usar os seus dons de criatividade, pode não apenas ter uma ótima carreira, mas também ajudar os outros.

Pode estar a pensar, “Qual é o meu dom?” Eu não consigo atirar uma bola nem compreender o meu trabalho de matemática. Como é que posso adorar a Deus com os meus dons? Para responder a estas perguntas, preciso perguntar-lhe: O que faz você feliz? O que gosta de fazer que o(a) deixa alegre? Gosta de cozinhar com o seu pai ou sua mãe ou com os seus avós?

Quando era jovem, a chefe Amy Riolo costumava cozinhar com a sua avó. O seu objetivo era apenas passar algum tempo de qualidade com alguém que ela amava. A sua avó partilhava as suas receitas e ensinava-a a preparar pratos especiais italianos. Amy usou a sua paixão por cozinhar e transformou-a numa carreira. Já publicou nove livros de receitas. Ela acompanha estudantes em viagens de culinária e dá aulas de cozinha em universidades e empresas. Desta forma, a Amy partilhava a sua paixão pela cozinha e pela alimentação saudável com a sua avó, tendo agora patrocinadores em todo o mundo e sendo uma chefe e autora bem-sucedida. Ela é amável para todas as pessoas. É algo natural para ela. Lemos em 1 Coríntios 10:31, “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (ARC).

O seu dom não precisa ser complicado. Se for jovem ainda a morar em casa, pode gostar de ajudar a sua família a organizar a garagem, ou arrumar a cozinha depois da refeição. O seu dom pode ser a organização. Pode começar por manter a casa arrumada, levar o lixo para fora, fazer a sua cama ou limpar o caixote do lixo sem que lhe peçam. Tome você a iniciativa. As bênçãos virão. Os seus pais ficarão orgulhosos. As visitas ficarão impressionadas com quão arrumada está a casa. O seu gato irá gostar muito de ter uma área limpa. Diz o seguinte em 1 Coríntios 14:40 (ARC), “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” Você pode usar os seus dons quando leva a louça suja para a banca, quando ajuda a sua professora a arrumar a sala ou quando dobra a roupa lavada em casa.

Se os seus pais lhe dão dinheiro por usar os seus dons para ajudar em casa, porque não começar o hábito de honrar a Deus e agradecer-Lhe pelo dom que Ele concedeu, colocando-O em primeiro lugar ao devolver o dízimo e dar ofertas do dinheiro que recebe por sua ajuda?

Um dom é um dom. Grande ou pequeno, você tem algo especial. Pergunte aos seus pais ou membros da família qual é o seu dom. Fale com seus amigos ou amigas. Peça-

lhes que indiquem três coisas que gostam em você. Use esses dons para fazer os outros felizes. Se fizer alguém feliz, vai fazer Deus feliz. Está a usar o seu dom. Não precisa fazê-lo sozinho(a). Trabalhar com os outros é o melhor dom de todo

Gail Broeckel

Gail Broeckel é graduada da Shenandoah Valley Academy e Universidade Adventista de Washington, onde serve na comissão de antigos alunos. É gestora de mídia social e de marcas. Já trabalhou na Conferência de Potomac, Hospital Adventista de Washington, Colégio da União de Columbia e ADRA Internacional.